O Ministro da Educação, Aloísio Mercadante, falou hoje sobre
a necessidade que o país tem em desenvolver Engenheiros e profissionais da Área
da Saúde, em função do crescimento que o país vem apresentando e da carência de
mão-de-obra qualificada.
Em matéria intitulada "Engenharias e saúde, as
prioridades", publicada no Caderno Boa Chance, pag. 7, o Ministro ressalta
que são os cursos de Engenharia que estão liderando a concessão de bolsas do
Programa Ciência sem Fronteiras (veja a matéria aqui).
O programa, segundo ele, não concede bolsas de Mestrado,
apenas Doutorado, Pós-Doutorado e Graduação. Das 17 mil bolsas concedidas hoje
pelo Ciência sem Fronteiras, cinco mil são de pós.
Na matéria, Mercadante ressalta que hoje "somos o 13º
país em termos de produção científica indexada, reconhecida
internacionalmente", o que equivale a aproximadamente 2,7% da produção
científica mundial. Isso é uma evolução para o Brasil, mas ainda temos muito
que evoluir. Apesar disso, reconhece que a produção científica brasileira tem a
ver com o número de Mestres e Doutores, e que esta produção acelerou-se nos
últimos 15 anos. No entanto, por conta de um capitalismo tardio, esta produção
científica é fomentado por instituições públicas, e não por empresas privadas,
com exceção de Petrobras e Embraer, muito inovadoras."Especialmente aqui,
o esforço da produção científica, da pesquisa e do desenvolvimento está muito
centrado no esforço acadêmico", afirma.
Quanto às áreas que mais crescem, Mercadante afirma que...
Se você pegar de
2004 a 2011, temos uma forte expansão nas humanidades. A média de crescimento
dos cursos de pós-graduação, nesses sete anos, foi de 62%, que é ciências
sociais aplicadas: ciências humanas, linguística, letras e artes, as
humanidades. Quando a gente olha ciências agrárias, da saúde, biológicas, 43%.
Engenharia, ciências exatas e da terra, 42%. Comparado com outros países, o
Brasil tem um volume de engenheiros insuficiente.
Perguntado se haveria emprego para todos estes mestres e
doutores, recém-saídos da Universidade, o Ministro destaca:
Se você perguntar
para todos, não sei dizer. Mas que melhora muito a posição no mercado de
trabalho, melhora. E, na vida acadêmica, é imprescindível. Como uma parte
importante da pesquisa no Brasil está nas instituições públicas, é
imprescindível a formação. À medida que o mercado brasileiro — investimento,
inovação, pesquisa e desenvolvimento — vai avançando, a demanda por esses
profissionais cresce. Como aconteceu nos países desenvolvidos. Quanto mais profissionais
qualificados a gente tiver na indústria e nos serviços, mais chance teremos de
disputar a indústria portadora de futuro. Então, o papel do MEC é formar esses
profissionais. E buscar sua integração com as empresas. Bom exemplo disso é o
Ciência sem Fronteiras. As áreas definidas para o programa — engenharia,
ciências exatas, biologia, computação, aeroespacial, fármacos, produção
agrícola sustentável, petróleo-gás, energia renovável, mineral, biotecnologia,
nano, prevenção e mitigação de desastres, bioprospecção, ciência do mar,
indústria criativa, novas tecnologia em informação — são as áreas tecnológicas,
de engenharias e ciências da saúde. Grandes empresas do mundo estão atraindo os
estudantes do programa para fazer estágio. Nove meses fazendo curso, três meses
estágio e muitos estão sendo contratados diretamente.
Finalmente, sobre a
distribuição das bolsas, ficamos assim:
Hoje, temos 17.702
bolsas distribuídas, sendo 2.807 de doutorado-sanduíche, 1.733 de
pós-doutorado, 618 de doutorado pleno e 337 para jovens doutores e
pesquisadores visitantes, que estamos atraindo de fora. Então, a grosso modo,
12.207 são da graduação, e 5,5 mil da pós-graduação só no Ciência sem
Fronteiras. Vamos superar 20 mil bolsas este ano, como era previsto.
Lembro que quando estava terminando meu Doutorado, submeti
meu currículo a uma especialista e ela me disse que eu só servia como
professora. Dois grandes enganos. Hoje, atuo na iniciativa privada e, sim, o
fato de ser professora e doutora muito me ajuda no meu trabalho. E, sim, o fato
de trabalhar numa empresa me tornou uma professora infinitamente melhor do que
eu era antes, quando era apenas acadêmica.
Temos que desenvolver estes profissionais para atuarem no
mercado. Não para produzirem teses que nada contribuem ao avanço tecnológico do
país. A propósito, eu também sou Engenheira.
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