É um livro muito impressionante, que não dá para ler de uma só tacada, porque traz relatos muito impressionantes sobre tudo. O que mais me choca é o ele está me provocando: uma vontade de NÃO consumir. Hoje mesmo, no supermercado, avaliei datas de vencimento dos produtos, preços x quantidade de produtos semelhantes, e ao invés de comprar dois potes de queijo parmesão (um para guardar e o outro para consumir), optei por uma embalagem maior, pensando no plástico utilizado para produzir cada embalagem, coisa que nunca fiz antes.
Annie traz, logo no início do livro, a sua definição de sustentabilidade:
"Hoje a palavra 'sustentatibilidade' é usada o tempo todo e nem sempre a intenção é clara. Talvez a definição mais comum de sustentabilidade tenha evoluído da descrição de desenvolvimento sustentável feita pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas:
"Atender às necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de futuras gerações de atender às próprias necessidades". [1]Minha definição de sustentabilidade inclui outros conceitos-chave como igualdade e justiça (grifo meu). Como define o astrofísico e escritor Robert Gilman, 'sustentabilidade é igualdade ao longo do tempo' [2]. Ela deve se estender ao mundo inteiro, e não apenas a algumas florestas. Segundo o Center for Sustainable Communities, sustentabilidade 'considera o todo em vez do específico; enfatiza relações ao invés de peças isoladas'[3] "[4].
Não dá para ser sustentável, fazer esse difícil exercício diário, sem pensar no todo, pensando só na gente. Eu mesma agora penso no lixo que produzo todo final de semana. Se são vários saquinhos de lixo, eu começo a ficar nervosa. Por que não um único saco, só que maior? Se não consigo separar bem o lixo orgânico do reciclável, me dá mais nervoso ainda. Mas, tenho que considerar que na minha rua ainda não existe coleta seletiva, então, por mais que se separe o lixo dentro de casa, ele acaba sempre no mesmo compactador de lixo, do mesmo caminhão.
Levando-se em conta de que o aterro sanitário de Jardim Gramacho foi fechado recentemente, depois de três décadas de uso, a gente tem que ter consciência de que o que fazemos contra o ambiente em que vivemos se volta contra nós mesmos.
Aliás, uma foto sobre o aterro sanitário de Gramacho correu o mundo esta semana. Aqui vai ela.
In this May 29, 2012 photo, a man carries a bin of recyclable materials as vultures fly nearby at Jardim Gramacho, one of the world's largest open-air landfills, in Rio de Janeiro, Brazil. Jardim Gramacho, a vast, seaside mountain of trash where thousands of people made a living sorting through the debris by hand, is closing after three decades in service. (AP Photo/Victor R. Caivano)
Acho que diz muita coisa, né? Homens e animais circulando por vidas inteiras naquele lixo atrás de algo reaproveitável e comercializável. Triste, não?
O que você tem feito a respeito de ser mais sustentável?
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Referências:
[1] - Report of World Commission on Environment and Development, Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, 1987 (worldinbalance.net/pdf/1987-brundtland.pdf).
[2] - A definição de sustentabilidade por Robert Gilman é amplamente citada por organizações como a Agência de Proteção Ambiental (yosemite.epa.gov/R10/OI.NSF/5d8e619248feobd88825650f00710fbc/7dc483330319d2d888256fc4007842da!OpenDocument) e o Center for World Leadership (earthleaders.org/sii/goal).
[3] - Center for Sustainable Communities, citado em "Key concepts: Defining sustainability", da Sustainable Sonoma County, (sustainablesonoma.org/keyconcepts/sustainability.html).
[4] - Annie Leonard. A História das Coisas. 2011, pag. 28.
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